quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Embriaguem-se

Uma poesia de Charles Baudelaire pra vocês.
Já tinha lido uma versão mais elegante, que não achei mais, então, paciência, ficamos com esta, espero que gostem... (eu acho lindo, especialmente com um Malbec circulando nas veias...)

É preciso estar sempre embriagado.
Aí está: eis a única questão.
Para não sentirem o fardo horrível do Tempo, que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.
Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.
E, se porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer, quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga , a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso!"
Com vinho, com poesia ou virtude, a escolher...

Beijos, até o próximo encontro.

Um comentário:

  1. Bah, eu não conhecia esse.
    Imagina agora depois que conheci.
    Até dispenso a poesia e a virtude

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